Foi com uma manhã nublada e temperatura de 18ºC que o tão esperado dia 15 de agosto se apresentou. Eu tinha a sensação que essa hora nunca chegaria, e aos poucos foi se aproximando, até que quando eu me dei por conta já estava arrumando as minhas malas.
Como venho planejando essa viagem desde o início do ano, passei por um longo tempo de espera, mesclando momentos de expectativa com outros com certo receio.
Minha família e eu chegamos no aeroporto por volta das 11 da manhã, fizemos o chek-in, tiramos algumas fotos, e chegou aquela parte que nunca é fácil, porém é inevitável, a de se despedir. Tenho certeza que vai ser difícil ficar longe de todos, mas viajar sabendo que tenho família e amigos me esperando para quando voltar é o que me dá força e confiança para seguir em frente. Em outras palavras, a saudade é a pior e a melhor parte.
Bom, o meu voo até Garulhos teria sido tranquilo se não fosse o meu ouvido quase explodir por causa da pressão, a minha sorte é que antes de embarcar até a África eu tive que passar por São Paulo, porque chegando lá eu já tratei de comprar um remédio pro ouvido e aqueles tampões.
O trajeto São Paulo - Johannesburg foi muito bom, viajei com a companhia South African Airways e foi tudo muito bom, sem turbulências, uma tela individual interativa com diversos filmes para se assistir e uma comida bem razoável. Assisti os filmes The Hangover, Rio e Source Code, todos bem bons.
As coisas começaram a complicar quando eu cheguei na África.
Vista de cima a cidade parece uma grande zona norte de Porto Alegre, com tudo velho e com aspecto de abandonado.
Muitos acompanharam o meu dilema, de descer ou não em Johannesburg. Bom, chegando lá eu descobri que não existia dilema, simplesmente eu teria que sair do desembarque direto para o salão do embarque. Mas, até aqui tudo tranquilo.
Peguei meu celular e outra surpresa, nada de sinal. Me informei no balcão de informações do aeroporto sobre como fazer chamadas internacionais e bá, aqueles que me diziam que ia ser complicado me acostumar com o sotaque australiano com certeza nunca deram uma voltinha pela África. Aquilo é qualquer coisa, menos inglês. Juntando isso com o meu super inglês de cursinho e tínhamos um sério problema de comunicação. Consegui entender apenas que eu precisava comprar um cartão telefônico na Vodafone e foi pra lá que eu fui, mas com a minha sorte, que nunca falha, a mulher me falou que tinha vendido o último cartão há poucos minutos.
QUE MERDA!
Como o aeroporto também não disponibilizava internet eu fiquei sem ter como avisar vocês que estava tudo bem.
Tentei dormir um pouco para tentar amenizar a minha espera de 13 horas até o embarque para Sydney, e aí eu tive a terceira surpresa. Era só eu ou vocês também tinham uma idéia da África como um continente quente? Bom, não é o caso da África do Sul, dentro do aeroporto estava simplesmente muito frio, acho que uns 5ºC, o que impossibilitou o meu sono.
Comecei a ler as placas e vi que eles têm um Transfer Hotel dentro do aeroporto e fui catar mais informações a respeito. Cheguei lá e a primeira coisa que eu perguntei foi o preço. A mulher pegou a minha passagem e falou que até as 18 horas ela faria pra mim U$ 200. Hahaha, fora da casinha! Agradeci e fui embora, quando estava botando o pé pra fora ela me perguntou quanto eu pretendia gastar, falei que no máximo, estourando, pagaria U$ 100. Ela aceitou e eu fui para o quarto.
Acho que a melhor coisa que eu fiz foi ter ido para esse hotel, por mais que eu saiba que o preço real talvez seja ainda menor do que os U$ 100 pagos, eu não ia conseguir ficar no frio e sem dormir no aeroporto. Foi aí que as coisas começaram a melhorar, depois de 6 horas muito bem dormidas descobri que eles ofereciam internet WI-FI, e finalmente consegui falar com a minha mãe e com a Angel.
Matamos um pouco a saudade e saí do hotel para ver um pouco os freeshops e comer alguma coisa.
Quase na hora de embarcar fiz um pitstop no banheiro e bá, tinha um cara parado na porta, perguntou como eu estava e tal e então falou: “Welcome to my office!” Caralho, eu ri alto! Depois, quando eu estava saindo ele falou que eu tinha que dar uns trocados para ele e tal, mas bá, eu já tinha gasto mais do que eu esperava e como também não tinha nada de moedas, não dei nada.
E enfim, fui para o portão A7, e na hora da revista da minha bagagem de mão o cara me perguntou para onde eu estava indo, falei que era para Sydney, ele me perguntou se eu era de lá e então lhe expliquei que sou brasileiro e vou estudar inglês lá. Foi eu falar isso e o cara enloqueceu! Me falou dos seus planos de juntar dinheiro trabalhando ali no aeroporto para ir ao Brasil ser jogador de futebol, hahaha, muito gente boa!
E por fim, embarquei para Sydney, onde mais 11 horas de voo me esperam, e é aqui que eu estou agora, com um tédio sem rémedio (hahahaha) escrevendo esse post para ver se o tempo passa!
Abração para todo mundo do Brasil, em especial a minha familía!
eu imaginei que tu ia sofrer com o ingles na áfrica hahahh que bom que ta tudo tranquilo por ai! manda mais noticias quando puder! abração!
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